Valderci Malagosini Machado, com base em sua experiência com artefatos de cimento e processos de cura, destaca que a retração plástica é uma das principais causas de fissuras iniciais em blocos estruturais. Esse fenômeno ocorre nas primeiras horas após o molde, quando o concreto ainda está fresco e perde água mais rapidamente do que deveria. Quando a retração não é controlada, o bloco perde resistência, ganha porosidade e se torna vulnerável a danos durante o transporte e o assentamento. Por isso, adotar estratégias preventivas é essencial para garantir peças de qualidade e desempenho uniforme na obra.
Por que a retração plástica ocorre e como identificá-la no início
Segundo aponta Valderci Malagosini Machado, a retração plástica ocorre quando há desequilíbrio entre a evaporação da água e o processo de hidratação do cimento. Em ambientes muito quentes, ventilados ou sob sol intenso, o concreto perde água com velocidade elevada, criando tensões superficiais que evoluem para fissuras. Essas microfissuras podem parecer pequenas, mas comprometem a durabilidade do bloco.
Sinais típicos incluem fissuras em forma de mapa, textura áspera e perda de densidade superficial. Blocos que apresentam essas características tendem a absorver água de maneira desigual e oferecem menor aderência à argamassa no assentamento. Detectar esses sintomas logo após a desmoldagem permite corrigir procedimentos e evitar a repetição dos erros em lotes seguintes.

Técnicas de produção que reduzem significativamente a retração
Algumas estratégias durante a produção fazem grande diferença. A primeira é controlar a umidade do ambiente. Garantir sombreamento e evitar exposição direta ao vento reduz a evaporação prematura. Outra técnica essencial é ajustar o traço para manter a quantidade adequada de água, evitando concretos muito secos, que aceleram a retração, ou muito úmidos, que reduzem a resistência.
Materiais bem selecionados também influenciam o comportamento do concreto. Quando a granulometria é equilibrada, a mistura se compacta melhor, diminuindo poros e pontos suscetíveis a retração. O uso de aditivos plastificantes melhora a trabalhabilidade sem aumentar o teor de água, reduzindo tensões internas.
Valderci Malagosini Machado explica que, após o molde, é necessário iniciar a cura o mais cedo possível. Manter umidade constante durante esse período crítico diminui a retração e fortalece as reações do cimento.
Como a cura adequada impede fissuras e fortalece as peças
Em consonância com a abordagem técnica de Valderci Malagosini Machado, a cura é o passo mais importante no combate à retração plástica. A cura úmida mantém a superfície hidratada e evita que o bloco perca água rapidamente. Métodos como nebulização frequente, uso de mantas úmidas ou cobertura com lonas são eficazes e simples de implementar.
O tempo mínimo de cura não deve ser reduzido. Mesmo após as primeiras horas, o concreto ainda está desenvolvendo resistência e deve permanecer protegido. A cura bem executada garante densidade superficial maior, diminui porosidade e reduz drasticamente a chance de fissuras que surgiriam quando o bloco fosse manuseado no canteiro.
Outro ponto importante é padronizar as práticas de cura em todo o lote. Diferenças entre blocos produzidos no mesmo dia e expostos a condições distintas resultam em peças com desempenho variável, o que compromete a alvenaria estrutural.
Onde o controle da retração transforma o desempenho dos blocos na obra
Blocos estruturais utilizados em paredes portantes, vergas, cintas e divisórias dependem de resistência homogênea para transmitir cargas com segurança. Para Valderci Malagosini Machado, controlar a retração plástica desde o início garante que cada bloco apresente características semelhantes, favorecendo o comportamento uniforme da parede.
Assim, nota-se que blocos sem fissuras resistem melhor a impactos durante o transporte, evitam lascamentos e oferecem melhor aderência à argamassa de assentamento. Em obras residenciais, esse cuidado se traduz em paredes mais estáveis, menor necessidade de retrabalhos e menor risco de patologias no futuro.
Por fim, controlar a retração melhora o acabamento final, reduz desperdícios e fortalece a confiabilidade da produção. É um processo simples, porém essencial, que eleva o padrão da obra e garante durabilidade e segurança ao longo de toda a vida útil da edificação.
Autor : Anton Smirnov












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